
Este livro é singular: traz riquezas da história social do Recife retratada sob um ponto de vista de quem conversou, viveu e pesquisou em diários - não livros científicos - sobre a evolução social da cidade, dividida em pequenos textos que não deixam o leitor entediar-se e perder-se em histórias sem fim, os quais estão separados, nesta 5ª edição de 2007 da Editoria Olimpio, em capítulos temáticos. Dediquei-me ao capítulo das influências e colonizações de outros países na cidade.
O sociólogo pernambucano fala da influência dos ingleses, franceses, alemães, holandeses (dos quais fomos colônia), judeus e, por fim, dos norte-americanos que viveram e fizeram história no Recife (por favor, não diga "em Recife"): seus feitos, opiniões, histórias, contribuições e descontribuições à terra. Por fim, merece serem lidos os comentários do Prof. Antonio Paulo Rezende, da UFPE, sobre esses capítulos, que nos fazem refletir sobre o futuro cultural da cidade.

Pelo menos 8 em cada 10 recifenses que conheço que foram estudar, trabalhar, "passar um tempo fora" (a isso me refiro acima de 6 meses) e morar definitivamente, o foram para a Europa: UK, Espanha, França, Itália, Portugal e até Finlândia.

Vejo sinceramente um melhor futuro para o Recife. Em alguns anos, teremos uma geração que se influenciou fortemente com diferentes culturas da Europa e, bons recifenses que são, saberão
mesclar com nossas fontes de cultura: caboclinho, maracatu, ciranda, xaxado, rock da cena alternativa recifense (sim, meu caro, a elite intelectual recifense vive isso). Porque todo recifense que se preze, teve em seu colégio ensinamentos dessas origens, ou as viveu em seus carnavais e festas populares - salve o Guaiamum Treloso! - que ficaram em nossas veias e não sairão jamais. Foi por elites sociais menos conscientes que o bar "Garagem" há pouco foi demolido, reduto da cena alternativa em pleno bairro das Graças.

